quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

CONEXÃO INTERNA


CONEXÃO INTERNA: ESTAMOS DISTRAÍDOS
Leonardo Maia

Entramos em um círculo vicioso. Trabalhar e se distrair. Acabamos nos desconectando de algo muito importante e sagrado: a nossa essência individual. O caminho de autodesenvolvimento. O autoconhecimento. A autenticidade. Nem percebemos, mas cumprimos nossas obrigações e nos distraímos. Aí está o grande perigo: desconexão. Mas o ego clama por atenção, ele faz parte essencial do desenvolvimento individual e o pouco tempo que temos para uma auto análise, um olhar para dentro, para a alma, acaba se tornando uma preocupação estética e de reconhecimento externo, nos tornamos narcisistas e egocêntricos. Uma ostentação física, de conquistas materiais e busca por prazeres momentâneos, pois desde sempre  somos bombardeados por imagens que incitam nossos desejos materiais e instintivos: materialismo e erotização. Aqui percebemos outro aspecto bem interessante, o padrão estético e de comportamento. Quando estamos mais velhos começamos a ficar cada vez mais vazios. Uma vida sem sentido pode levar a ansiedade, depressão, dependência (de álcool, relacionamentos e etc…), a satisfação é um mero momento de prazer ou de conquista… não um estado anímico, um estado de ser. Nossa conexão é com arquétipos exteriores, não uma conexão interna. Somos personagens e nos confundimos com eles verdadeiramente. Mas se olharmos para o lado veremos uma dúzia de pessoas iguais, com os mesmos valores e perspectivas.

Estamos nos distraindo? Você está muito estressado com seus compromissos? Precisa se distrair um pouco. Procure se divertir mais, sair com os amigos, namorar. Fazer compras ou talvez fazer uma viagem… E se você tem boas condições financeiras, melhor: o mercado de entretenimento é incrível. Inúmeras possibilidades, diversão sem fim. Isto acaba nos estimulando a produzir mais, gerar mais dinheiro para que possamos desfrutar mais.
Mas o que nos leva a isso? Existe algum mal em se divertir, sair um pouco do estresse do dia a dia, da pressão do trabalho, ou mesmo do marasmo? Logicamente não. Mas isto pode se tornar o seu foco?
Desde de muito cedo, passamos por um processo bem complicado: a Educação voltada para o mercado de trabalho. Todos, independente de nossas particularidades, nossos  talentos ou dificuldades, somos educados da mesma forma para atender as necessidades do sistema vigente. Muitas fórmulas sem sentido, decorar dados e regras para sermos aprovados, primeiramente na escola e depois nos centros de capacitação, para termos um emprego “digno”, conquistar um lugar no concorrido mercado de trabalho para receber nossos salários, poder manter o sistema funcionando e desfrutar das suas possibilidades.
Mas existe algo oculto por trás... É perceptivo que este mecanismo não é saudável, pois já recai uma pressão sobre nós desde a nossa infância, exigindo boas notas – que seriam um reflexo de que estamos seguindo a cartilha da forma exigida, ou pagando suas consequências. Caso tenhamos sido bons alunos, entraremos na disputa por uma vaga na faculdade, outro fator de estresse bem grande, que exige que muito do jovem, pois geralmente sofre uma pressão familiar, escolar, social além da sua própria.
Este mecanismo de educação acaba exigindo um processo de anulação de nossas individualidades. Querem que sigamos padrões pré-definidos de comportamento e de conhecimento, independente de nossas aptidões e interesses. Somos forçados a doar grande parte de nosso tempo com atividades que não nos interessa, que não têm sentido e que esquecemos imediatamente após nossas avaliações. Mas o processo fica marcado em nós, por todo estresse que passamos.
Desde a mais tenra idade, já queremos esquecer o estresse das provas e cobranças, do esforço em decorar as fórmulas e regras. Quem não se adequa ao padrão é marginalizado, como repetentes, crianças problema e outros rótulos pejorativos. Então desde já nos esforçamos para entrar no padrão externo exigido, aos poucos vamos nos desconectando de algo interno, único em cada um. Aliado a isso temos as mídias, que tomam o tempo restante, nos tornando passivos e atentos sempre a algo externo que nos deixa passivos e suscetíveis a absorver os comportamentos e pensamentos propagados por elas.
Mas isso é apenas o começo, logo entramos na luta no mercado de trabalho. Da busca por autonomia e estabilidade financeira. E não é nada fácil. A pressão continua, talvez até maior. Situações de estresse e ansiedade passam a ser constantes. Trabalhos de 6 até 12 horas no dia. E quando chegamos em casa, queremos descanso, parar de pensar no trabalho e etc… pois isto acaba tomando muito de nossa vitalidade, pois o que não alimenta nossa alma, acaba nos desgastando de forma muito intensa.
Quais seriam nossas válvulas de escape? ... Nos distrair um pouco, ver televisão, sair com os amigos e satisfazer desejos para esquecer o estresse do dia a dia, esperar o fim de semana para sair, paquerar e beber com os amigos, fazer compras, trocar o carro ou fazer uma viagem, arrumar uma companhia para sair nas redes sociais, talvez adquirir bens seja uma forma de garantir o futuro e ter uma velhice tranquila…
Entramos em um círculo vicioso. Trabalhar e se distrair. Acabamos nos desconectando de algo muito importante e sagrado, a nossa essência individual, o caminho de auto desenvolvimento, o autoconhecimento, a autenticidade.
Nem percebemos, mas cumprimos nossas obrigações e nos distraímos, satisfizemos o ego social, sistêmico. Aí está o grande perigo: a desconexão com a nossa essência, com nosso Self (Eu Maior, Em Si Ôntico, Alma) que faz parte essencial do desenvolvimento individual e o pouco tempo que temos para uma auto análise, um olhar para dentro, para a alma,  acaba se tornando uma preocupação estética e de reconhecimento externo, nos tornamos narcisistas e egocêntricos. Uma ostentação física, de conquistas materiais e busca por prazeres momentâneos, pois desde sempre somos bombardeados por imagens que incitam nossos desejos materiais e instintivos: materialismo e erotização. Aqui percebemos outro aspecto bem interessante, o padrão  estético e de comportamento.

No princípio da puberdade, com a aproximação da sexualidade e interesse pelo outro, começamos a buscar a integração com grupos de pessoas. Queremos nos divertir e interagir. Conhecer as pessoas e nos relacionar. Estar no padrão estético ajuda bastante e nos padrões de comportamento coletivos também. Ser uma pessoa bonita e descolada é um dos focos de muitos adolescentes, pois é o que movimenta as mídias, tanto TV quanto internet. Então elas  passam a buscar isso de forma bastante intensa. Não porque alimenta a alma, mas por reconhecimento social.

Somos bombardeados pela mídia com padrões estéticos, comportamentos considerados bacanas e estímulos eróticos e de prazeres materiais, aliados ao processo de educação sem sentido que não alimenta nossa alma, tirando o prazer de adquirir o conhecimento, nos tornamos presas fáceis.
Começamos a perder a conexão interna aos poucos e nos vinculamos a estes padrões estéticos e de comportamento. Isso se reflete na dificuldade de aceitação da velhice, recorrência às plásticas e comportamentos infantis, muito comuns hoje em dia.
Mas não para por aí… está muito travado? Com o freio de mão puxado?  Se solte um pouco e entre na onda… tome uma cerveja ou algo para relaxar e fluir com as energias que estão à sua volta. Larga de ser chato e bicho grilo. Vamos nos divertir um pouco. Sair e beber passa a ser cotidiano. Ou mesmo outras drogas. (Oba, hoje é sexta feira).
Lembrando que isto é desde muito cedo, quando estamos mais velhos começamos a ficar cada vez mais vazios. Uma vida sem sentido pode levar a ansiedade, depressão, dependência (de álcool, relacionamentos e etc…), a satisfação é um mero momento de prazer ou de conquista… não um estado anímico, um estado de ser. Nossa conexão é com arquétipos exteriores, não uma conexão interna. Somos personagens e nos confundimos com eles verdadeiramente. Mas se olharmos para o lado, veremos uma dúzia de pessoas iguais, com os mesmos valores e perspectivas.
É Consciência x Inconsciência. Despertar x Sono. É esta a busca pela individuação, a busca do Si-Mesmo. O sentido da vida. É isto que estão roubando de nós. Somos reflexos de nossas experiências e percepções e elas são experiências vazias, mecânicas e nossas percepções são de distração. Nossos padrões de comportamento e perspectivas estão sendo moldados desde a infância.
Esta desconexão contínua com a nossa essência se reflete em insegurança, medo, sensação de solidão, estresse, ansiedade e até doenças graves. Nossa força interior vai se esvaindo, tornando a nossa Força de Vontade fraca e não conseguimos nadar contra a maré, apenas caminhamos seguindo o fluxo e torcendo para que boas experiências aconteçam, ou mesmo, as comprando.
Educação sem sentido, trabalhos sem sentido – rotinas mecânicas, longas e estressantes, entorpecimento da percepção, busca por prazeres momentâneos, materiais, instintivos e por reconhecimento externo. Ostentação, narcisismo e egocentrismo.
O que te alimenta a alma? Sua vida tem sentido ou são espasmos de satisfação momentâneos? Será que estamos tão distraídos assim?
“A nossa mais elevada tarefa deve ser a de sermos seres humanos livres e capazes de, por nós mesmos, encontrar propósito e direção para nossas vidas”. – Rudolf Steiner

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